domingo, 8 de janeiro de 2012

Resenha: Sangue Quente, Isaac Marion

Sangue Quente - Isaac Marion

Skoob

Onde Comprar:
Submarino

Editora: Leya
Ano: 2011
Páginas: 256

ISBN: 9788580440331
Edição: 1



SinopseR é um jovem vivendo uma crise existencial - ele é um zumbi. Perambula por uma América destruída pela guerra, colapso social e a fome voraz de seus companheiros mortos-vivos, mas ele busca mais do que sangue e cérebros. Ele consegue pronunciar apenas algumas sílabas, mas ele é profundo, cheio de pensamentos e saudade. Não tem recordações, nem identidade, nem pulso, mas ele tem sonhos. Após vivenciar as memórias de um adolescente enquanto devorava seu cérebro, R faz uma escolha inesperada, que começa com uma relação tensa, desajeitada e estranhamente doce com a namorada de sua vítima. Julie é uma explosão de cores na paisagem triste e cinzenta que envolve a "vida" de R e sua decisão de protegê-la irá transformar não só ele, mas também seus companheiros mortos-vivos, e talvez o mundo inteiro. Assustador, engraçado e surpreendentemente comovente, Sangue Quente fala sobre estar vivo, estando morto, e a tênue linha que os separa. 

Resenha: Crise existencial. Estou passando por essa fase, e não há livro melhor que fale sobre isso, senão Sangue Quente. Já li a algum tempo, mas tinha descartado a oportunidade de descrevê-lo.

R é um zumbi, que se lembra um pouco da vida antes deixar de ter uma alma. Ele acha que quando viveu, foi um homem importante, ele usa terno e gravata, deve ter sido executivo que viajava pelo mundo, pois sua casa é um avião. Ele come cérebros para ter lembranças de suas vítimas, vive sujo de sangue, caça seres humanos, mas é de certo modo diferente dos outros de sua espécie. Ele se comunica com mais palavras (zumbis quase não falam, urram mesmo) com seu amigo M, que também consegue falar, com mais intensidade.

Esse zumbi querido chamado R casa-se com uma zumbi que não se lembra o nome. "Adotam" filhos, e tem uma vida normal. R sempre pega sua mulher tendo casos extra conjugais com outros zumbis. Mas zumbis não conseguem ter uma "atividade física", seus músculos são retidos e suas peles secam até virarem pó. O que os mantem em pé é o sangue humano, um sangue vermelho, um sangue quente.

Após uma recente caçada, R sente mais fome, geralmente isso não acontece, ele é o que mais receia entre o bando de matar humanos. A narrativa descreve cruelmente os ataques, acompanhados de sangue, dor. Eles são zumbis, não podem ter sentimentos, ou podem? Na caçada que R organiza, ele mata Perry, um jovem com idéias brilhantes, e após devorar parte do cérebro, R tem flashes sobre sua vida.

Instintivamente, ele vê em uma das memórias de Perry, Julie sua namorada, que estava preste a ser atacada por um zumbi, quando a camufla com cinza de zumbi fedida, e a leva para sua casa, no aeroporto. Julie não entende, deveria estar em estado de choque, mas R começa a sentir algo a mais por ela.

Zumbis não tem sentimentos, então o que Julie significava para R? Concentrando-se enquanto come um por um, pedacinhos do cérebro do Perry, R começa a enxergar, a entender, e a querer salvar o mundo desta praga de zumbis, quer salvar o mundo de uma criatura como ele.

Na busca incessante para curar essa praga, Julie vai se aproximando de R, e pode sentir o quanto ele está mudando a cada dia, tornando-se mais... humano. Os poucos sobreviventes humanos que ainda restaram não acreditam que a praga pode ser curada, um deles é o próprio pai de Julie, General Grigio, que discorda da opinião da filha, em acreditar que os zumbis podem voltar a ser humanos.

Compaixão, paz e esperança. Esse livro, cuja crise de identidade e existencialismo pode parecer tão a frente, torna-se viciante e prazeroso. Com uma leitura fácil, descomplicada e rápida, Sangue Quente te levar a crer num futuro não muito distante.

Diante de tantas batalhas, R poderá ou não resolver um assunto tão complicado? Julie e ele são a salvação?

Diante de séries como The Walking Dead e Dealth Valley, tão conhecidas, Sangue quente chega como um livro altamente interessante, com um "q" de extraordinário. Se gostei? Sim, é meio difícil não gostar de um zumbi tão fofo.

Ps.: Sangue quente vai virar filme, já tem elenco até escalado. No papel principal de R está o ator lindo, Nicholas Holt, aqueles mesmo que interpretou nas duas primeiras temporadas de Skins o Tony, aquele lindo, ual. E para viver Julie, foi escalado a atriz, Teresa Palmer.
Tomara que não seja comparado com Crepúsculo.

 Bom gostaram?! Espero que sim! Beijos, até breve!



Um comentário:

  1. Essa sim pode ser considerada uma estória diferente! Zumbis com "emoções", casados e até infiéis Rsrs

    Um livro desconhecido pra mim, mas que merece ser lido, com toda certeza. Gostei também das suas impressões, e a editora não costuma me decepcionar nas leituras...

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